As etapas da escrita, posteriormente da leitura e alfabetização são relativamente fáceis de se identificar e classificar. Você pode aprender mais sobre elas a seguir.
Pesquisas indicam, e também se você perguntar para alguns pais, que as crianças começam a desenvolver o interesse pelas letras à partir dos 3 anos de idade, querendo ler coisas à sua volta, desenhar as letras e aos poucos percebendo a sua função.
Nos últimos 30 anos, uma pessoa teve grande responsabilidade, influência sobre a forma como pensamos e alfabetizamos as crianças nos dias atuais e os processos de alfabetização aplicados.
Emilia Ferreiro e as etapas da alfabetização infantil
A argentina, Emilia Ferreiro, estudou e detalhou os mecanismos que envolvem o aprendizado da leitura e escrita das crianças, o que causou um grande impacto na forma como ensinamos a ler e escrever hoje.
“A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro”, diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista.
A maior influência dos estudos de Emilia Ferreiro foi o abandono do uso de cartilhas para a alfabetização, levantando a bandeira de que deve-se usar textos de atualidade, livros, histórias, recordes de jornal e revistas.
Hoje, as ideias construtivistas de Emilia Ferreiro conduzem a forma como alfabetizamos as crianças, já que boa parte das suas idéias foram adotadas como diretrizes oficiais do Ministério da Educação.
Nascida no ano de 1936, fez seus estudos de doutorado sob orientação de ninguém menos do que Jean Piaget. A partir dos meados dos anos 80, sua obra começou a causar grande impacto no Brasil.
Fases da Alfabetização
“Emilia mostrou que a construção do conhecimento se dá por seqüências de hipóteses”, diz Telma Weisz.
Com a adoção dos critérios pesquisados por Emilia, a alfabetização infantil é encarada como etapas ou fases claramente distintas, como descreve em seu livro Psicogênese da Língua Escrita.
As fases de alfabetização de acordo com Emilia são:
- pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada
- silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma
- silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas
- alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas
Você pode ver diversos exemplos dos níveis de alfabetização clicando nas imagens abaixo.
Outro grande responsável pela forma como fazemos a alfabetização infantil é Paulo Freire, pesquisador internacional que iniciou seus trabalhos principalmente na alfabetização de jovens e adultos, para ler mais sobre Paulo Freire, clique aqui.
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E agora, que você conhece um pouco mais sobre as etapas de alfabetização infantil e seus níveis, além de conhecer quem foi a responsável pela forma que alfabetizamos as crianças nos dias atuais, você se sente segura para fazer esse trabalho?
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Há muita controvérsia em torno do melhor método para alfabetizar, pois alguns especialistas da área da alfabetização criticam o modelo de Emília Ferreiro, alegando que ele não contextualiza com a realidade das crianças, principalmente as que tem pouco acesso a portadores de texto, preferindo o método fônico; já outros, como Weisz, o defendem. A questão é: Quem está com a razão? Será que o método fônico é o mais adequado? Confesso que tenho minhas dúvidas.
Não existe método perfeito para a alfabetização infantil, o que é importante é reconhecer quando o método utilizado apresenta deficiências para o aprendizado do seu aluno ou grupo de alunos e tentar usar um método diferente.